domingo, 21 de fevereiro de 2010

O que deve ser dito

Esse final de semana, assisti a final da patinação artística masculina nas Olimpíadas de Inverno de Vancouver. Me impressionou o russo Evgeny Plushenko. Não sou especialista, claro, mas se a gente só falasse sobre aquilo que conhecesse profundamente o mundo e as pessoas seriam ainda mais absurdamente chatos do que já são, de uma forma geral.
Plushenko, resumindo, ganhou o segundo lugar e não ficou satisfeito, o que é absolutamente natural, já que é pra vencer que todos estão fazendo parte de uma competição desportiva. Não me entendam mal, dentro das expectativas de cada um. Vejam esse exemplo de bom senso .
Eu fico imaginando deve ser incômodo ser olhado pelo segundo lugar com superiodade, queixo empinado, deboche até. Aliás, tanto quanto o desempenho do russo, eu gostei de sua postura. Afirmou antes dos jogos que "não estava disposto a patinar bem e perder". Ok. Isso eu achei meio Johnny Lawrence. Entretanto, ouvi pelos comentários da ESPN o seguinte: os americanos haviam dito que "os franceses (se não me engano) e os russos saltavam demais",ao que Plushenko respondeu: " Falam isso porque não sabem fazer o salto quádruplo, e sem ele, vira patinação de mulher." além de: "I was positive that I had won, but I suppose Evan needs the medal more than I do. I now have two silvers (from 2002 and 2010) and a gold (from 2006)."
Já ouvi, em outras ocasiões comentários do tipo "não tem mais graça, só fulano vence, deixa os outros ganharem também, coitados." Que falta de sensibilidade! nós (eu) queremos ver até onde fulano, vai, ora. Só se derrota a excelência por mérito e Plushenko é prova disso. Além do que, se fosse eu concorrer ia achar que era uma competição dos cafés-com-leite-o que para qualquer criança é um insulto- imagine então, para um desportista profissional.
Gostei da sua demonstração de autoconfiança e de justo ressentimento. Até porque, ele só vai escutar "isso é despeito" da família do campeão norte-americano, acho.

5 comentários:

  1. eu vi isso aí.
    Realmente o cara era muito bom e tava absurdamente confiante.
    Eu acreditei que o moço seria ouro.

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  2. O 2º lugar de Evgeny Plushenko foi inesperado, injusto e mais que tudo, constragedor para o americano com cobras no pescoço que, devo admitir, deu um belo show, mas ainda longe do espetáculo do macho-alfa galegão! Ele foi melhor, sabe disso e deixou bem claro. E falou bonito. Se eu fosse entrevistar o americano, a primeira pergunta e, provavelmente, única, seria, sem sombra de dúvidas, o mesmo que falei na hora do resultado: "Como você se sente em ganhar uma medalha que não merece?". A vitória deve ser uma conquista e não um presente. Fica a dica.

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  3. Sabe o que é?
    O sucesso da mediocridade! Plushenko sempre, e não é de hoje, foi referência em patinação, e não apenas pelos saltos, mas pela elegância, beleza e porte incomparáveis. Mas a política norte-americana,que domina do cinema a batatinha frita chegou para ficar, e acabar com o que parecia incontestável: a patinação russa! Tudo bem, das eleições aos 11 de setembro fabricados, acredite quem quiser. Como disse um líder americano "não existe opinião pública, só opinião publicada!"

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  4. ADOREI ESSA ENTREVISTA... FAZ FACULDADE, SE FORMA, VAI PARA PRÓXIMA OLIMPÍADA, E FAZ ESSA PERGUNTA, VAI... SERIA LINDO!!! MAS A TV EDITARIA, E SAIRIA ASSIM: "COMO VOCÊ SE SENTE EM GANHAR UMA MEDALHA QUE ...MERECE??"
    COISAS DA VIDA... NÃO ASSISTO MAIS PATINAÇÃO...SOU RADICAL, PASSIONAL E PARCIAL!!! RS..

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  5. Na verdade, eu já posso fazer essa pergunta na próxima entrevista, porque sou formada em Comunicação Social e trabalho com produção. E pra não correr o risco de ninguém editar, faria a pergunta só na entrevista ao vivo ;]
    Sim. Seria lindo !!

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