terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Cole Porter


Posso dizer, sem exageros, que quando descobri Cole Porter a minha vida ficou mais muito mais bonita. As tardes mais amenas e a solidão ainda mais gostosa do que o de costume. Quando ouço Cole Porter, sinto uma espécie de elegância descontraída, como se uma aura dandy pairasse imediatamente sobre mim. Me sinto assim. Quem abriu a porta foi Frank Sinatra com a interpretação irreparável e insuperável de Under my Skin. O discorrer natural foi descobrir que milhares de músicas tão familiares haviam sido por ele compostas como, por exemplo, Let´s do It (let´s fall in love), gravadas na voz de Chico Buarque e Elza Soares, além de So in Love, interpretada por Caetano Veloso (esse, apesar de ser um boca de caçapa, que perdeu o senso crítico já de muito, foi feliz nessa decisão.) além do conhecimento da ampla discografia- sim porque ainda tem os musicais, que não são o meu forte e por fim, a vida de Porter. Inteligente, sofisticado, imprevisível, talentoso, educado, e ousadíssimo. Compôs Easy to Love, para um arquiteto com quem teve um romance e contratava negro jazz bands para tocar pros seus convidados.Resultado: admiração em cascata.

Aprendeu a tocar piano ainda criança e escreveu uma opereta com auxílio da mãe aos 10 anos. Dizem que ela chegava a diminuir-lhe a idade para valorizar seu talento.Descendente de especuladores do carvão e madeira, estudou direito em Harvard,mas desistiu.Transferiu-se para a Faculdade de Artes e Ciência. Tentou a Broadway, mas de início não obteve sucesso. Exilou-se,portanto, em Paris vendendo músicas e sendo sustentado, em parte por seu avô, em parte por sua mãe.Relacionou-se com alguns dos mais conhecidos intelectuais e artistas da época e integrou a chamada "Geração Perdida". Casou-se com uma mulher oito anos mais velha (Linda Lee Thomas) divorciada do Kentucky, que entre separações e voltas por conta escandaloso comportamento homossexual do artista, permaneceu casada com ele por 34 anos.Cole Porter morreu aos 73 anos e deu ao mundo um legado artístico de grande valor, depois ter levado a vida como um personagem de F. Scott Fitzgerald, o que já paga a existência de qualquer um. Cole, you´re the top!

2 comentários:

  1. Laura.

    A vida de Porter é praticamente um filme, e suas composições são eternas.

    Caetano poderia se exilar no Paquistão sem comunicação com o mundo por uns 40 anos, seria uma bênção.

    Beijos

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  2. Laura, que blog bacana! tudo o que eu gosto. adoro Cole Porter

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